Tudo começou no dia 19 de outubro de 1996, era o dia em que estava nascendo a Lully Montié, no caso eu.
A minha mãe biológica "não me quis", com 24 horas de nascida ela resolveu me entregar para um casal que hoje são meus pais adotivos e que são também a minha família.
Ela friamente me renegou e me entregou, ela nem sequer me deixou beber o leite de seu peito. Eu só tomava chá e nada mais.
Assim que eu saí do hospital o casal que iria me adotar me acolheram com muito amor e carinho na casa deles que se transformou minha casa o meu lar.
Passado um tempo...
Eu já iria completar dois anos quando o meu pai adotivo veio a falecer, e daí começou as dificuldades principalmente na parte financeira.
Mas a minha mãe adotiva com quem eu vivo e vou viver pro resto da minha vida ela teve forças pra lutar e vencer, ela nunca perdeu o controle em nenhum momento, ou seja, não se desesperou até porque ela tinha uma responsabilidade muito grande que sou eu.
Mesmo aos troncos e barrancos a gente venceu. Eu nunca conheci o meu pai verdadeiro, pra ser mais clara, o meu pai biológico. A minha mãe biológica eu já ví, mas é como se eu não a conhecesse, como se eu nunca tivesse visto, totalmente uma estranha. Ela nunca me deu uma resposta sobre o motivo dela não me aceitado como ela aceitou todos os outros e todas as outras filhos e filhas que ela teve.
A minha mãe adotiva nunca me negou, me escondeu a minha verdadeira origem, ela sempre me falou que tinha sido adotada, mas eu nunca me senti diferente por isso, muito pelo contrário, eu me considero uma pessoa muito feliz.
Um dia a minha mãe biológica foi até a minha casa eu fiquei assustada sem saber como reagir, mas uma coisa eu tinha certeza quando eu a encontrasse eu iria fazer apenas uma pergunta: "-Porque você não me quis?". E ela friamente respondeu: "-Porque eu tinha que fazer uma escolha entre você e o seu pai, e eu optei pelo seu pai. Seu pai só queria eu e você caso você fosse um menino, mas se acontecesse de nascer uma menina, como aconteceu, ele me abondonava, então ele me pediu pra fazer uma escolha ou era você ou era ele. E como eu já havia falado eu escolhi ele, as pessoas me diziam que eu não tinha coragem de te entregar para alguém, "pra doação", e por um simples CAPRICHO eu mostrei a todos eles que eu tinha coragem sim é tanto que eu provei e fiz lhe entreguei para este casal.".
Essas palavras nunca sairão da minha cabeça, elas vão estar guardadas para sempre, eu esteja onde estiver, eu jamais vou esquecê-las. Elas cresceram comigo e morrerão comigo.
Cada palavra que ela disse me machucarão muito, aliás esse assunto me machuca profundamente, hoje machuca menos, pois agora elas não me afetam pelo motivo de eu ter encontrado uma mulher guerreira, forte e amorosa que me acolheu e me deu tudo que eu mais precisei que foi: Proteção, carinho, casa, comida e o mais importante de todos o amor de uma mãe.
Essa mulher que eu encontrei foi enviada por Deus, essa mulher é a mãe que me criou minha mãe adotiva, para mim não tem isso de mãe adotiva e mãe biológica, mãe é aquela que ama e protege.
Tempo depois...
Eu cresci, comecei a estudar, passei sempre de ano e hoje estou no 1º ano do Ensino Médio.
Eu me considero uma pessoa de muita sorte, pois não é todo mundo que encontra uma pessoa assim como a minha mãe sendo de criação ou não ela vai ser sempre a minha mãe.
E vivo hoje tranquila e muito feliz.
"Essa foi a minha história".
Conte a sua história você também.
Beijos!!!
Lully Montié.